MUFLAS E TERMINAÇÕES
As muflas terminais primárias e as terminações contráteis (termocontrátil ou a frio) são dispositivos destinados a restabelecer as condições de isolação da extremidade de um condutor isolado de média tensão quando este é conectado a um condutor nu, a um terminal para ligação de um equipamento, barramentos, cabos de redes aéreas etc.
Há uma grande variedade de muflas e terminações contráteis. As muflas normalmente são constituídas de um corpo de porcelana vitrificada com enchimento de composto elastomérico e fornecidas com kit que contém todos os materiais necessários a sua execução. Esse tipo de mufla é destinado aos cabos isolados singelos (muflas terminais singelas). Podem ser utilizadas tanto ao tempo quanto em instalações abrigadas.
Os elementos principais das muflas são as fitas de auto fusão, utilizadas para a confecção, o cone de deflexão ou de alívio de campo elétrico, a blindagem metálica e o corpo de porcelana. O processo de confecção de uma mufla é fornecido detalhadamente pelo fabricante. Não se deve empregar o processo de confecção de muflas de um determinado fabricante e aplicá-lo em muflas de outro fabricante. As medidas de corte dos componentes
do cabo são milimétricas, a quantidade de fitas de auto fusão e de outros componentes empregados são rigorosamente utilizados nas medidas corretas indicadas nas instruções dos fabricantes.
Já as terminações termocontráteis do tipo HVT (High Voltage Termination) são aplicadas em todos os tipos de cabos isolados em PVC, XLPE ou EPR. São fabricadas tanto para cabos singelos como para cabos tripolares para uso interno ou externo.
Quando um cabo é seccionado, para se preparar uma mufla ou terminação contrátil, as linhas de campo radial convergem para a extremidade, provocando uma elevada intensidade de campo elétrico. A intensidade desse campo é, entre outras, uma função da tensão aplicada.
Devido à concentração de campo elétrico no limite do corte da isolação do cabo, é imperativa a necessidade de se reduzir este gradiente de tensão durante o processo de construção do terminal. Assim, aumenta-se gradualmente a espessura da isolação, a partir do corte realizado, até um determinado ponto da extremidade do cabo, formando o que se denomina de cone de alívio de tensão, ou cone de deflexão para as muflas e de tubo de alívio de tensão para as terminações termocontráteis.
Os números mostrados indicam as percentagens da distribuição de campo elétrico ao longo da referida terminação. Após a aplicação do tubo de controle das linhas de força pode-se observar que o campo elétrico fica disperso ao longo da terminação conforme mostra a figura acima.
É extremamente importante observar a distância mínima requerida pelo fabricante entre o terminal energizado do cabo e a blindagem metálica da mufla ou terminação, já que estes dois pontos estão submetidos à tensão de fase-terra. Além disso, os primeiros 25 mm, a contar do terminal de tensão, são a região mais crítica, pois concentra 80% do potencial entre fase e blindagem. As impurezas indevidas acumuladas durante um processo descuidado de confecção de uma mufla ou terminação e que ficam interpostas entre fase e blindagem externa provocam ionização do meio isolante, cujo resultado é a redução das características isolantes do cabo e o início de flashover que culminará, no intervalo de pouco tempo, em defeito monopolar no cabo.
Aterramento do cabo isolado de média tensão | Parte 1
Aterramento da blindagem metálica dos cabos isolados de média tensão | Conclusão
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Fonte: O Setor Elétrico